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Berlim, uma cidade que respira história!

Após oito horas de trem, a partir de Paris, chegamos em Berlim numa manhã de domingo, dia 4 de agosto, recuperados do último dia/noite na França. As viagens noturnas de trem são revigorantes! As cabines são confortáveis, com cama, cobertor, travesseiro, ar condicionado e trava nas portas. Os vagões também possuem uma lanchonete, com comidinhas e bebidas, e banheiros com chuveiro, para quem estiver a fim de um banho. Eu não me animei para tanto!

Aliás, passei por algo inusitado num dos banheiros! Entrei, tranquei a porta e fui bem linda sentar no vaso. Estou lá, tranquila, e, de repente, uma menina aperta o botão do lado de fora e a porta se abre! Ou seja, não tranquei a bendita direito! E o pior, o banheiro era enorme, ou seja, a porta ficava longe do vaso, então imaginem a cena pra eu conseguir fechar a porta novamente... Sorte que era uma menina, e não um homem! Prestem atenção às portas dos banheiros! Hehehe!

Foto exposta no Memorial do Muro de Berlim

Chegamos pela estação de trem Berlim Hbf, e pegamos um metrô para a estação Alexanderplatz, que é a mais central da cidade. Praticamente tudo passa, chega e parte de lá. Já do lado de fora da estação, pegamos um tram (espécie de ônibus sobre trilhos) para chegarmos ao nosso hotel (Transit Loft), que fica a uns 20 minutos de tram da Alexanderplatz.

Pelo site oficial do governo, que contém os trajetos e valores do transporte público, você consegue fazer todo o planejamento para andar de metrô, trem ou tram em Berlim! Aliás, a cidade é uma das que conta com o sistema mais eficaz e moderno de transporte público, competindo com Paris.

Deixamos as coisas no hotel e voltamos para a Alexanderplatz, que é uma praça localizada no centro de Berlim. Talvez por ser domingo, havia uma feira no local, com comidas típicas, roupas e acessórios da cultura local. Almoçamos em um restaurante nessa praça, onde a comida era boa e barata (infelizmente não anotei o nome da maioria dos restaurantes que passamos... Fico devendo essa!).

Eu cheguei na cidade louca para comprar um celular novo, pois já sentia falta de tirar fotos, além do que, ficar sem Whatsapp, Facebook e contato com a família já estava me deixando louca (roubaram o meu celular em Paris)! Porém, como era domingo, não havia nenhum shopping aberto, apesar de haver vários espalhados pela praça! Fomos, então, fazer turismo!

Nesse dia, visitamos a Torre de Televisão (Berliner Fernsehturm), que oferece uma bela visão de toda a cidade! Para subir na torre, é necessário comprar um ticket e esperar dar a sua hora. Enquanto dava a nossa, fomos tomar um sorvete e aproveitamos para conhecer outros monumentos próximos à torre. Passamos por uma praça com uma escultura do Neptunbrunnen e avistamos a Berliner Dom.

Berliner Fernsehturm
Neptunbrunnen
Berliner Dom

Depois da Berliner Fernsehturm, fomos ao DDR Museum, um museu que contém várias coisas legais da Berlim Ocidental. Fotos, móveis, carros, tudo te remete àquele tempo! Você se sente dentro da casa deles, da vida deles! Tudo muito interessante (infelizmente, não tenho fotos, pois ainda estava sem celular)!

Nessa primeira noite fomos a um barzinho (que não me lembro do nome, me desculpem) e voltamos pro hotel cedo.

Berlim, apesar de ser conhecida como o paraíso das baladas, não foi uma cidade onde me esbaldei nesse sentido! Acabei não aproveitando essa vibe lá. Não estava no clima de balada, além da cidade ter uma energia meio estranha, que me deixou pra baixo na maior parte do tempo! Acho que a maioria das pessoas não sente isso, ainda bem!

No segundo dia, pegamos o metrô com destino à East Side Gallery, uma galeria de arte estampada numa parte não demolida do Muro de Berlim. Os “quadros” ali pintados, ao ar livre, dão uma leveza toda especial a um monumento que um dia representou tanta repressão, tristeza e conflitos.

Parte não demolida do muro, onde hoje existe a East Side Gallery
East Side Gallery

Parte não demolida do Muro de Berlim

De lá, fomos ao Memorial do Muro de Berlim, uma área que conta em imagens a história do Muro, e é também o local onde fica o Checkpoint Charlie, posto militar que dividia os lados Ocidental e Oriental de Berlim. E entre uma caminhada e outra, olhando no chão, encontramos vários pontos que fazem referência ao que um dia foi o Muro...

Memorial do Muro de Berlim


                                                                           Checkpoint Charlie

Lembrança de onde um dia foi o Muro de Berlim

Apesar de não querer desmerecer o restante dos países e cidades que conhecemos, pois cada um teve seus momentos de conflito e tempos difíceis, estar em Berlim e passar por cada um desses locais onde tanta tragédia ocorreu me deu um nó na garganta, uma sensação estranha de como seria ter vivido naquele tempo. Berlim, sem dúvida, transborda história e uma energia que nunca senti antes.

Saindo do Memorial, decidimos almoçar em Potsdamer Platz, uma área de Berlim com vários edifícios modernos e enormes. É um contraste! De lá, partimos para o Memorial do Holocausto, feito em homenagem aos judeus assassinados durante a Segunda Guerra Mundial, em um movimento nazista liderado por Adolf Hitler. O local consiste em uma área composta de 2.711 blocos enormes de concreto, onde é possível andar pelos corredores entre um e outro bloco. Como não poderia deixar de ser, a sensação de estar em meio a esses blocos é estranha e perturbadora...

A moderna Potsdamer Platz

Memorial do Holocausto

Um pouco adiante, chegamos ao Portal de Brandemburgo, um dos principais símbolos da cidade. O monumento é gigantesco e, de fato, muito lindo! A gente se sente pequenininho embaixo daquilo tudo! E quanta história por trás desse monumento! Desde a sua inauguração, que foi realizada sem muita pompa, passando por Napoleão Bonaparte, que invadiu a cidade atravessando o Portal, até a construção do Muro de Berlim, que interditou o monumento por 30 anos! Nossa última parada nesse segundo dia foi no Parlamento, o Reichstag. Um prédio suntuoso, mas que só observamos por fora.

Portal de Brandemburgo

Reichstag

Estávamos muito cansados e decidimos voltar para o hotel e ficar por lá mesmo!

No terceiro e último dia, a proposta era ir até o Campo de Concentração de Sachsenhausen, um dos campos que Adolf Hitler construiu no período do Holocausto. Fica a uma hora de trem urbano de Berlim, indo para a estação S Oranienburg Bhf. Pois então, eu não acordei muito bem nesse dia, e não estava no clima para ir ao Campo. Sabia que se fosse lá ficaria ainda pior, carregada de tanta energia que o lugar, com certeza, possui!

Me separei do meu grupo e fui dar uma volta pelas ruas, onde acabei, enfim, comprando meu celular! A parte interessante desse momento foi interagir com o vendedor, que me fez várias perguntas sobre o Brasil, sobre futebol (claro), sobre minha trip... enfim, foi muito legal ter esse contato mais próximo com eles!

Saí do shopping e encontrei uma parte do grupo que não tinha ido para o Campo de Concentração, então atravessamos a cidade de metrô, sentido zoológico, com destino à igreja Kaiser-Wilhelm-Gedächtniskirche, ou simplesmente Gedächtniskirche. É um dos templos mais famosos de Berlim, pois sua torre foi extremamente danificada em um bombardeiro ocorrido durante a Segunda Guerra Mundial e permanece assim até hoje, como uma forma de lembrar da destruição causada pela guerra. O problema foi que não encontramos a tal igreja! Não lembrávamos o nome dela direito e acabamos indo para o lado contrário da via...

Decidimos, então, sentar em um bar/café na esquina de uma outra igreja, chamado C’est la vie. A tarde estava agradável, a cerveja era boa e o papo também! Inclusive, este é o lado oriental da cidade, que é bem diferente do que já conhecíamos da cidade. As edificações são mais antigas, mais simples. Ficamos lá por algumas horas e na volta pegamos outro metrô. Aliás, um não, vários! Nos perdemos várias vezes entre as milhões de linhas de metrô da cidade! Passamos por várias estações, até que decidimos pegar um táxi para o hotel!

Também optamos por não sair à noite nesse dia, pois iríamos para Praga na manhã do dia seguinte!

Pegamos o trem de Berlim para Praga de manhã cedo, numa quarta-feira!  São cinco horas de viagem, saindo da estação Berlim Hbf para a estação Praha hl.n.

Considerações sobre Berlim:

- Mesmo não tendo ido a alguns lugares planejados, como o Campo de Concentração e a igreja Gedächtniskirche, substituí esses momentos por outros tão ou mais interessantes! Sair um pouco do roteiro e jogar conversa fora, como com o vendedor, ou sentar numa esquina, tomando uma cerveja e observando a vida cotidiana acontecer, é algo que faz parte da experiência de uma trip como essa! Portanto, coração e olhos abertos, e deixe o lugar te surpreender!

- Uma cidade que respira história e variadas energias! Foi onde me senti mais carregada e introspectiva!

- O Transit Loft, apesar de ser um hotel, tem mais características de hostel. O quarto que ficamos possuía cinco camas, banheiro, e um bom café da manhã incluso. Não muito perto do centro, o que às vezes é uma dor de cabeça... Mas nada muito complicado, já que o sistema de transporte público é excelente! E próximo ao hotel existem várias opções de restaurantes! Cafés, pizzaria, comida tailandesa, massas...


- Preciso voltar a Berlim para curtir a tão famosa noite! :)



Outros links que podem te ajudar:

- Também tem dúvidas sobre como fazer reservas nos hotéis? Dá uma olhadinha nesse link! :)
- Precisando de dicas sobre passagens aéreas, trens, ônibus? Vem pra cá!! :)
- Passaporte, dinheiro, cartão de crédito: um pouco de tudo isso nesse link! :)



*Fotos: Arquivo pessoal.

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